Tipos de Lubrificantes
- denisaraujo7
- há 6 dias
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A Base da Eficiência e da Confiabilidade Mecânica
A lubrificação é o elemento silencioso que sustenta toda a engenharia de máquinas rotativas. Em redutores, compressores, mancais e engrenamentos, o lubrificante tem a função primordial de reduzir o atrito, minimizar o desgaste, dissipar calor, proteger contra corrosão e prolongar a vida útil dos componentes. Mesmo assim, muitos profissionais ainda subestimam a importância de escolher o tipo correto de lubrificante para cada aplicação industrial. Um óleo mal selecionado, uma graxa incompatível ou a ausência de aditivos específicos pode gerar falhas catastróficas que, na maioria dos casos, são 100% evitáveis. O ponto de partida da confiabilidade em qualquer sistema mecânico é entender quais são os tipos de lubrificantes, suas propriedades e em quais condições cada um deve ser aplicado.
Classificação Geral dos Lubrificantes
Os lubrificantes podem ser agrupados em quatro grandes categorias:
Lubrificantes gasosos
Lubrificantes líquidos (óleos)
Lubrificantes pastosos (graxas)
Lubrificantes sólidos
Cada classe foi desenvolvida para atender requisitos específicos de temperatura, carga, velocidade, ambiente e tipo de movimento (rolamento, deslizamento, impacto ou vibração).
A seguir, aprofundamos cada categoria com foco nas aplicações em redutores e sistemas industriais, área principal de atuação da ANDEP.
1. Lubrificantes Gasosos
Apesar de pouco utilizados em redutores, merecem destaque pela aplicação em condições extremas.
Características gerais
Baixa viscosidade
Baixa resistência ao cisalhamento
Alto custo
Necessidade de sistemas de alta vedação
Adaptação a ambientes extremos: temperaturas altíssimas, alta pureza, condições criogênicas
Aplicações típicas
Mancais aerostáticos e aerodinâmicos
Equipamentos de altíssima rotação (alta velocidade específica)
Equipamentos de ultra precisão (centrais CNC, turbinas especiais)
Desafios
Perdem desempenho quando há contaminação por partículas
Não formam filme lubrificante espesso
Não adequados para redutores e engrenagens industriais
Conclusão: Não é o tipo aplicável à realidade da manutenção industrial pesada, mas é importante conhecer sua existência.
2. Lubrificantes Líquidos (Óleos):
Esses são os lubrificantes mais utilizados em redutores. São divididos em quatro subgrupos principais:
2.1 Óleos Graxos
São derivados de gordura animal ou vegetal, hoje praticamente abandonados na indústria.
Por que não são usados em redutores?
Baixa estabilidade oxidativa
Reagem com metais
Perdem propriedades com temperatura
Formam borra com facilidade
Uso atual
Aplicações muito específicas e artesanais
Óleo de rícino segue sendo útil para polimento e retífica
2.2 Óleos Minerais
São a base da maior parte dos lubrificantes industriais.
Composição
Hidrocarbonetos derivados do petróleo
Aditivos aprimoram propriedades (EP, antioxidantes, anti ferrugem)
Classificações mais usadas:
Parafínicos:
Alta estabilidade térmica
Melhor índice de viscosidade
Menor volatilidade
Indicados para redutores de alta potência
Naftênicos:
Melhor fluidez a baixas temperaturas
Usados em ambientes frios ou sistemas hidráulicos específicos
2.3 Óleos Composto (Mineral + Graxo)
Fundamentais para redutores sem-fim x coroa.
Por que são os mais adequados?
Maior adesividade
Resistência ao desgaste em contato deslizante
Formação estável da “cunha de óleo”
Compatíveis com engrenagens de bronze
Não provocam reação química como alguns EP
Perigo:
Nunca utilizar óleos EP com enxofre ativo em bronze → pode gerar desgaste severo.
2.4 Óleos Sintéticos
Os óleos de melhor performance industrial.
Características
Resistência a altas temperaturas
Excelente estabilidade oxidativa
Longa vida útil
Maior índice de viscosidade
Reduzem consumo energético
Tipos principais
PAO (Polialfaolefinas): excelente alternativa aos minerais premium
PAG (Polialquileno-glicóis): altíssima estabilidade, porém incompatíveis com tintas, EP e alguns elastômeros
Ésteres sintéticos: grande resistência térmica
Aplicações recomendadas
Redutores de alta criticidade
Cargas elevadas
Altas temperaturas
Ambientes contaminados
Sistemas onde a troca de óleo é difícil
Cuidado especial
Os óleos PAG não podem ser misturados com PAO ou óleos minerais → risco de gelificação.
3. Lubrificantes Pastosos (Graxas)
Graxas são óleos espessados com sabões ou agentes não metálicos.
Por que usar graxa?
O óleo líquido não permanece no local
Alto impacto ou vibração
Vedação adicional
Manutenção simplificada
Tipos principais
Sabão de cálcio: baixa resistência à temperatura
Sabão de sódio: resistente à temperatura, mas higroscópico
Sabão de lítio: o mais usado na indústria
Sintéticas (PTFE, silicone): alta performance
À base de argila: ótima estabilidade a altas temperaturas
Betuminosas: para engrenagens abertas
Risco importante
Quando a graxa perde o óleo, sobra apenas o espessante — um material abrasivo que destrói os rolamentos rapidamente.
4. Lubrificantes Sólidos
Pouco usados em redutores, mas essenciais em condições extremas.
Exemplos
Grafite
Bissulfeto de molibdênio (MoS₂)
Nitretos
PTFE sólido
Aplicações
Altas temperaturas
Falhas iminentes de lubrificação (proteção de emergência)
Contato extremo de deslizamento
Ambientes onde não se pode usar óleo ou graxa
Conhecer os tipos de lubrificantes é apenas o primeiro passo. A escolha correta depende de:
✔ Carga✔ Velocidade✔ Temperatura✔ Material das engrenagens✔ Tipo de rolamento✔ Ambiente✔ Intervalo de manutenção
A ANDEP reforça que a confiabilidade começa no lubrificante. Um óleo inadequado pode destruir um redutor em semanas — enquanto um óleo corretamente escolhido pode aumentar sua vida útil por anos.






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