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Superfícies de Fechamento e Pinos de Centragem: Precisão é Tudo

Nas carcaças bipartidas, a qualidade da superfície de fechamento da carcaça é determinante para a confiabilidade estrutural e geométrica do redutor. Essa região não apenas assegura a vedação adequada, como também define a geometria das sedes de rolamentos e engrenagens após a montagem.

Quando a área de contato entre as metades é insuficiente, surgem problemas críticos como:

  • Vazamentos de óleo lubrificante;

  • Ovalização das sedes dos rolamentos;

  • Desalinhamento entre os eixos;

  • Deformações progressivas sob carga dinâmica.


Por isso, recomenda-se que a área mínima de contato seja de 70%, verificada por meio de tinta de contato e corrigida por raspagem manual de precisão até atingir a cobertura adequada. Essa etapa, muitas vezes negligenciada, é uma das mais importantes para garantir a integridade dimensional do conjunto.

 

Como realizar o teste de contato da carcaça:

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Aplica-se uma camada finíssima de tinta de contato (azul da Prússia) na face da carcaça inferior. Em seguida, posiciona-se a metade superior sobre a inferior e promove-se vibração/assentamento leve com o conjunto fechado sem apertar os  parafusos.

Após a separação das metades, a transferência da tinta para a face superior evidencia as áreas efetivas de contato. O critério de aceitação adotado é ≥ 70% de área marcada em azul na face superior.

Caso o contato seja < 70%, realiza-se rasqueteamento plano nas regiões de contato da carcaça superior, removendo material de forma controlada para aumentar a uniformidade. O procedimento é repetido (aplicar tinta → fechar e vibrar → abrir e inspecionar) até atingir contato ≥ 70%.

Outro ponto essencial são os pinos de centragem. Diferentemente dos parafusos, que têm função apenas de fixação, os pinos asseguram a concentricidade das sedes de rolamento no fechamento da carcaça — garantindo que a geometria do redutor seja mantida conforme projeto. Os pinos podem ser paralelos ou cônicos. Eu prefiro usar os cônicos pois são mais fáceis de montar e retirar Durante processos de reforma ou remontagem, é fundamental:

  • Inspecionar as sedes dos pinos e os próprios pinos;

    • Caso uma reforma vá ser realizada e a carcaça não tenha pinos de centragem, recomendo fortemente que sejam abertas sedes de pinos na carcaça antes de iniciar a montagem (pelo menos a sede de 2 pinos devem ser abertas).

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  • Avaliar sedes de rolamentos comparando as medidas encontradas com as tolerâncias de projeto.

  • Substituir componentes desgastados para restabelecer o alinhamento original.

Essa etapa deve ser tratada com o mesmo rigor dimensional aplicado à usinagem das sedes dos rolamentos. Sem uma centragem precisa, não existe alinhamento confiável.

Um pequeno desalinhamento na carcaça pode gerar desgaste acelerado de rolamentos e engrenagens, redução da eficiência mecânica e falhas prematuras, problemas que podem ser evitados com procedimentos rigorosos de inspeção e ajuste das superfícies de fechamento e pinos de centragem


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